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quarta-feira, julho 28, 2004

Who's Gonna Ride Your Wild Horses, U2 



You're dangerous, 'cos you're honest.
You're dangerous, you don't know what you want.
Well you left my heart empty as a vacant lot
For any spirit to haunt.

You're an accident waiting to happen
You're a piece of glass left there on a beach.
Well you tell me things
I know you're not supposed to
Then you leave me just out of reach.

Who's gonna ride your wild horses?
Who's gonna drown in your blue sea?
Who's gonna ride your wild horses?
Who's gonna fall at the foot of thee?

Well you stole it 'cos I needed the cash
And you killed it 'cos I needed revenge.
Well you lied to me 'cos I asked you to.
Baby, can we still be friends?

[...]

Ah, the deeper I spin
Ah, the hunter will sin for your ivory skin.
Took a drive in the dirty rain
To a place where the wind calls your name
Under the trees, the river laughing at you and me.
Hallelujah! Heaven's white rose
The doors you open I just can't close.

Don't turn around, don't turn around again.
Don't turn around your gypsy heart.
Don't turn around, don't turn around again.
Don't turn around, and don't look back.
Come on now love, don't you look back.

Who's gonna ride your wild horses?
Who's gonna drown in your blue sea?
Who's gonna taste your saltwater kisses?
Who's gonna take the place of me?
Who's gonna ride your wild horses?
Who's gonna tame the heart of thee?


terça-feira, julho 27, 2004

Escrevo para me ler 

Cada vez mais escrevo para mim mesmo, numa tentativa absurda para ME tentar compreender. Sempre que escrevo escrevo para me ler.
Hoje tento mais uma vez ignorar que sou lido, e que és tu quem me lê.


segunda-feira, julho 26, 2004

Em ondas (de paixão?) 

Espero (des)atento,
vivo para o momento,

em que as tuas mãos... percam a razão.


Sob a areia do Sahara 

Ontem um amigo disse-me que o céu estava encoberto por poeias das areias do Sahara.
Achei a ideia deslumbrante. Imagino o Sahara, tão distante, quente e inóspito agora aqui tão próximo, mesmo em cima de nós, por cima das nossas cabeças.
Hoje respiro um bafo seco que me queima por dentro... e sonho com dunas gigantes, de areia fina e formas serpenteantes, linhas tornas, perfeitas, de uma casualidade impressionante.


sexta-feira, julho 23, 2004

Frágil, Jorge Palma 

Põe-me o braço no ombro
Eu preciso de alguém
Dou-me com toda a gente
Não me dou a ninguém
Frágil
Sinto-me frágil

Faz-me um sinal qualquer
Se me vires falar demais
Eu às vezes embarco
Em conversas banais
Frágil
Sinto-me frágil

Frágil
Esta noite estou tão frágil
Já nem consigo ser ágil

Está a saber-me mal
Este Whisky de malte
Adorava estar "in"
Mas estou-me a sentir "out"
Frágil
Sinto-me frágil

Acompanha-me a casa
Já não aguento mais
Deposita na cama
Os meus restos mortais
Frágil
Sinto-me frágil


terça-feira, julho 20, 2004

Ao jantar com o Tejo 

A toalha da mesa esvoaçava assim como a luz trémula da vela. Os guardanapos atiravam-se para o chão, num suicídio colectivo, combinado. O vinho era bom, branco, fresco naquela noite quente.
Lembro-me que me perdi algures entre o apetitoso prato de peixe, a conversa que me deliciava, e o rio, sereno, que nos devolvia ondas suaves de tranquilidade e a luz reflectida da Lua.


Vaidade 

O calor do Verão aquece-te, derrete-te. Senteste mais sensual que nunca, nesse vestido curto, justo e decotado. Em dias destes, com noites quentes, passas e abres caminho confiante, com um olhar seguro, realmente sentido. Queres que os olhares que flutuam por aí, perdidos ao sabor do vento, pousem em ti, e em ti repousem, de um jeito contemplativo, cheios de desejo.


Ladyhawke 

Mais um filme que adoro! Acho que jamais esquecerei aquele momento em que ambos se vêm de relance, ao nascer do Sol.
Será que só as histórias impossíveis é que têm fascínio?


segunda-feira, julho 19, 2004

Com um brilhozinho nos olhos, Sérgio Godinho 

Com um brilhozinho nos olhos
e a saia rodada
escancaraste a porta do bar
trazias o cabelo aos ombros
passeando de cá para lá
como as ondas do mar.
Conheço tão bem esses olhos
e nunca me enganam,
o que é que aconteceu, diz lá
é que hoje fiz um amigo
e coisa mais preciosa
no mundo não há.

Com um brilhozinho nos olhos
metemos o carro
muito à frente, muito à frente dos bois
ou seja, fizemos promessas
trocamos retratos
trocamos projectos os dois
trocamos de roupa, trocamos de corpo,
trocamos de beijos, tão bom, é tão bom
e com um brilhozinho nos olhos
tocamos guitarra
p'lo menos a julgar pelo som

E que é que foi que ele disse?
Hoje soube-me a pouco.
passa aí mais um bocadinho
que estou quase a ficar louco
Hoje soube-me a tanto
portanto,
Hoje soube-me a pouco

Com um brilhozinho nos olhos
corremos os estores
pusemos a rádio no "on"
acendemos a já costumeira
velinha de igreja
pusemos no "off" o telefone
e olha, não dá p'ra contar
mas sei que tu sabes
daquilo que sabes que eu sei
e com um brilhozinho nos olhos
ficamos parados
depois do que não te contei

Com um brilhozinho nos olhos
dissemos, sei lá
o que nos passou pela tola [o que nos caiu no goto]
do estilo és o "number one"
dou-te vinte valores
és um treze no totobola [és o seis do meu totoloto]
e às duas por três
bebemos um copo
fizemos o quatro e pintámos o sete
e com um brilhozinho nos olhos
ficamos imóveis
a dar uma de "tête a tête"

E que é que foi que ele disse?
Hoje soube-me a pouco.
passa aí mais um bocadinho
que estou quase a ficar louco
Hoje soube-me a tanto
portanto,
Hoje soube-me a pouco

E com um brilhozinho nos olhos
tentamos saber
para lá do que muito se amou
quem éramos nós
quem queríamos ser
e quais as esperanças
que a vida roubou
e olhei-o de longe
e mirei-o de perto
que quem não vê caras
não vê corações
com um brilhozinho nos olhos
guardei um amigo
que é coisa que vale milhões.


E que é que foi que eu disse?
Hoje soube-me a pouco.
passem aí mais um bocadinho
que estou quase a ficar louco
Sábado soube-me a tanto
portanto,
Hoje soube-me a pouco!


Sábado passado foi um dia muito especial. Não foi especial por ser o dia dos meus anos, mas por vos ter lá, ao meu lado, a festeja-los comigo. Obrigado a todos os que lá estiveram!


quinta-feira, julho 15, 2004

Em silêncio 

Depois da miúda se calar do lado de lá do teclado e do martelar das teclas deixar de se ouvir. Só mesmo depois do ruído de fundo do compressor de ar cessar, das vozes trapalhonas dos meus colegas ficarem, por fim, como apenas uma recordação silenciosa, é que fico (finalmente!) só.
Penso em ir embora já que só resto eu. Ouço o silêncio da cave. Este silêncio de silêncio tem muito pouco. O ar condicionado, as ventoinhas dos computadores, as lâmpadas, o barulho da tecnologia que não se cala, nem mesmo quando ninguém está cá para o ouvir.

Nao perdi nada 

Miguel Sousa Tavares a propósito da perda de sua mãe, a grande escritora Sophia de Mello-Breyner:

... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram.
Nao perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre.
Obrigado mãe.

Carta, Toranja 

Não falei contigo
com medo que os montes e vales que me achas
caíssem a teus pés...

Acredito e entendo
que a estabilidade lógica
de quem não quer explodir
faça bem ao escudo que és...

Saudade é o ar
que vou sugando e aceitando
como fruto de Verão
nos jardins do teu beijo...

Mas sinto que sabes que sentes também
que num dia maior serás trapézio sem rede
a pairar sobre o mundo
e tudo o que vejo...

É que hoje acordei e lembrei-me
que sou mago feiticeiro
Que a minha bola de cristal é feita de papel
Nela te pinto nua, nua...
numa chama minha e tua.
Desconfio que ainda não reparaste
que o teu destino foi inventado
por gira-discos estragados
aos quais te vais moldando...
E todo o teu planeamento estratégico
de sincronização do coração
são leis como paredes e tectos
cujos vidros vais pisando...
Anseio o dia em que acordares
por cima de todos os teus números
raízes quadradas de somas subtraídas
sempre com a mesma solução...
Podias deixar de fazer da vida
um ciclo vicioso
harmonioso do teu gesto mimado
e à palma da tua mão...
É que hoje acordei e lembrei-me
que sou mago feiticeiro
e a minha bola de cristal é feita de papel
Nela te pinto nua
Numa chama minha e tua.

Desculpa se te fiz fogo e noite
sem pedir autorização por escrito
ao sindicato dos Deuses...
mas não fui eu que te escolhi.
Desculpa se te usei
como refúgio dos meus sentidos
pedaço de silêncios perdidos
que voltei a encontrar em ti...
É que hoje acordei e lembrei-me
Que sou mago feiticeiro...

...nela te pinto nua, nua...
Numa chama minha e tua.
Ainda magoas alguém
O tiro passou-me ao lado
Ainda magoas alguém
Se não te deste a ninguém
magoaste alguém
A mim... passou-me ao lado.

terça-feira, julho 13, 2004

Amor é fogo que arde sem se ver 

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?


Luís de Camões


E mesmo assim... procuramos o amor como se fosse a nossa cura

sexta-feira, julho 09, 2004

Message in a bottle, Sting & the Police 

Just a castaway
An island lost at sea
Another lonely day
With no one here but me
More loneliness
Than any man could bear
Rescue me before I fall into despair

I'll send an SOS to the world
I hope that someone gets my
Message in a bottle

A year has passed since I wrote my note
But I should have known this right from the start
Only hope can keep me together
Love can mend your life
But love can break your heart

[...]

Walked out this morning
Don't believe what I saw
A hundred billion bottles
Washed up on the shore
Seems I'm not alone at being alone
A hundred billion castaways
Looking for a home

Sending out an SOS

quarta-feira, julho 07, 2004

Preto no branco 

Uma página em branco. E a tinta não escorre, não sai nem por nada! Talvez seja por timidez, talvez por cobardia. A página, ainda em branco, olha-me, serena. Nada é tão perfeito. Naquela página, antes de eu a manchar com uma treta qualquer, pode vir a estar escrito um texto bem escrito, um desenho de curvas audazes, um poema que desta vez, até rima. Quem sabe... talvez agora possamos escrever aquela história de amor, e terminá-la com um final feliz.

segunda-feira, julho 05, 2004

Crônica de Amor, Roberto Freire 

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não- fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece a razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

[...]

Ah, o amor,essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó! Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida!

Muito muito obrigado, M.


De ressaca 

De ressaca por termos perdido. De ressaca por ter dormido pouco, ou por ter bebido demais... por termos perdido. De ressaca apenas por ser segunda-feira (e lá fora fazer Sol), e eu estar aqui, e sentir-me vazio, talvez por termos perdido.

quinta-feira, julho 01, 2004

Fim de tarde 

O meu corpo é riscado por finos curtos traços desenhados pela luz que entra pelos estores. Lá fora, o Sol põe-se e o vento uiva, irregular. Ella Fritzgerald canta com Armstrong Summertime.
Não quero que o telefone toque, nem que a campainha esguiche! Que o mundo por agora fique lá fora. Quero paz. Sentir o Sol riscado sobre a pele e ouvir a música, suave mesmo nos tons graves.

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